Diabetes e a Perda Auditiva

A perda auditiva é duas vezes mais comum em pessoas com diabetes do que naqueles que não têm a doença. Além disso, entre pessoas com pré-diabetes a ocorrência de perda auditiva é 30% maior do que naqueles com níveis de glicose considerados dentro da normalidade. A glicemia normal em jejum não deve ultrapassar os 100 mg/dL.

 

Primeiramente precisamos entender o que é a Diabetes

 

É uma doença crônica, que tem como fator resultante a quantidade de açúcar no sangue (glicose alta). Isso ocorre devido ao corpo não produzir insulina ou não utilizar adequadamente a que produz. Esse nível alto no sangue, denomina-se hiperglicemia, que quando não tratado causa danos em órgãos, nervos e até mesmo nos vasos sanguíneos.

 

Conheça os tipos mais comuns de Diabetes

 

  • Tipo 1: O pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina. Conhecida como diabete juvenil, o diabetes tipo 1 é uma doença autoimune que faz com o que pâncreas pare de produzir insulina definitivamente. Pode ter como origem alguma infecção ou elemento genético. O tratamento, feito por endocrinologista, tem excelentes resultados.

 

  • Tipo 2: Afeta como o corpo processa o açúcar no sangue (glicose). Considerada diabete de adulto, o controle está em nossas mãos, vem da dieta e acomete pessoas acima do peso. O Dr. Rey considera o diabetes tipo 2 uma epidemia, e explica de maneira lúdica o que ocorre com o nosso organismo quando comemos digamos um bolo de chocolate. Nosso açúcar que deveria estar em 80, vai para 350 un. de glicose, e nosso corpo – que não foi desenhado para esse nível de açúcar – para não entrar em “coma”, desesperadamente e instantaneamente cria através do pâncreas um hormônio chamado glucagon para combater o nível excessivo de açúcar causado pelo doce estimulando o fígado a liberar seu conteúdo. Como o bolo de chocolate tem muito açúcar, não existindo na natureza, a secreção de glucagon produzida pelo organismo é muito alta, derrubando o nível de açúcar para 50 un. de glicose, quase nos induzindo a um “coma”, dessa vez por estarmos com o nível muito baixo de açúcar. Nosso cérebro não tolera muitos segundos sem glicose, e agora sentiremos fome de comer o próximo pedaço de bolo, e nosso açúcar volta a 350/ 400, e entramos em um processo de “loop”, até que se acabem todos as fatias de bolo. Acontece que com o passar do tempo nesse loop sem fim, nossos receptores ficam tão acostumados que, de uma maneira grosseira, tal como alguém que todos os dias leva um tapa na cara, se acostuma com a situação, e é assim que perdemos a sensibilidade à insulina, também produzida pelo pâncreas para reduzir o nível de açúcar (glicose) no sangue ao transportar açúcar para dentro das células. A boa notícia é que a grande maioria que perde peso faz sumir a diabete, e para casos mais graves existem pílulas e insulina.

 

  • Diabetes Gestacional: Alto nível de açúcar no sangue, afetando algumas mulheres grávidas

 

  • Pré-Diabetes: Quando o nível de açúcar no sangue está alto, mas não o suficiente para ser classificado ainda como Tipo 2;

 

Como o diabetes causa deficiência auditiva

 

Direta ou indiretamente, o diabetes pode prejudicar a audição de 3 maneiras:

 

  • Dano à irrigação sanguínea na cóclea: Níveis altos de glicose no sangue podem lesar os pequenos vasos sanguíneos que irrigam as micro estruturas da cóclea, causando interrupções no fluxo.

 

  • Dano às vias neurais auditivas: Diabetes traz prejuízos ao sistema nervoso porque pode alterar o aporte de substâncias no sangue essenciais para o funcionamento das delicadas vias neurais auditivas, responsáveis por encaminhar informações ao sistema auditivo central.

 

  • Tratamento com medicamentos ototóxicos: Muitos medicamentos que pessoas com diabetes precisam utilizar são ototóxicos, afetando as funções auditivas e vestibulares (equilíbrio).

 

Cada um destes 3 fatores pode prejudicar a audição de forma isolada ou combinada e ainda é difícil diferenciá-los de outros problemas que podem gerar perda auditiva ao longo da vida, como o envelhecimento natural das estruturas do ouvido.

 

Diversos estudos confirmam a correlação

 

Durante as últimas décadas, diversos estudos têm encontrado a correlação entre diabetes e deficiência auditiva.

 

Um estudo americano mostrou que deficiência auditiva tem o dobro de prevalência entre diabéticos, comparado com a população em geral.

 

Um outro estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que deficiência auditiva é mais comum em pacientes com diabetes tipo 2. Um terceiro estudo, também conduzido nos Estados Unidos, sugeriu que em caso de diabetes em mulheres estar fora de controle, estas estariam mais propensas a desenvolverem deficiência auditiva em um nível mais elevado.

 

Um estudo japonês sugeriu que dificuldade auditiva é considerada duas vezes mais comum entre pessoas com diabetes, ao comparar pessoas que não sofrem dessa enfermidade. O estudo sugeriu também que pessoas mais jovens, com diabetes, encontram-se em risco mais elevado de terem deficiência auditiva do que pessoas mais idosas.

 

Eu tenho diabetes. Será que tenho deficiência auditiva?

 

Se você tem diabetes e está suspeitando de ter deficiência auditiva, você deverá contatar um fonoaudiólogo parar fazer um teste auditivo.

 

O tratamento mais comum para pacientes diabéticos, com deficiência auditiva, é o uso de aparelhos auditivos ou implantes auditivos, devidamente prescrevido pelo médico.

 

Referências